quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Capitalismo – Três modelos





Quem acha que existe um único tipo de Capitalismo está muito defasado. Da mesma forma que existem vários socialismos, existem vários capitalismos e corremos o perigo de destruir um em particular. Temos o Capitalismo da Exploração, o Capitalismo da Cooperação e o Capitalismo da Especulação


Capitalismo da Exploração: é aquele tão bem descrito por Karl Marx, da empresa controlada por uma única família e gerenciada por ela com o objetivo da maximizar lucro, reinvestir este lucro acumulado, porque lucro era a única forma de gerar capital na época.Na época de Karl Marx não existiam bolsas de valores e empresas de capital democrático, que conseguiam capital e poupança via lançamento de ações. Maximizar e reinvestir este lucro era a única opção.No Capitalismo de Karl Marx as empresas eram muito pequenas, 200, nacionais, e por isto empresários eram favoráveis a regimes fascistas, nacionalistas que garantiam um mercado fechado. O crescimento das empresas era lento, dependia do lucro reinvestido, e por isto não conseguiam absorver na rapidez necessária o desemprego gerado pelas novas tecnologias descritas por Karl Marx. O erro de Karl Marx foi confundir capital com tecnologia, e não perceber o impacto da revolução administrativa e financeira que surgia diante dos seus próprios olhos, que viria a ser o Capitalismo da Cooperação.
 Capitalismo da Cooperação: foi o capitalismo que substituiu as famílias capitalistas como gestoras, limitadas a oito parentes em média, por enormes sistemas de recursos humanos e de técnicas administrativas que geraram cooperação mútua de pessoas estranhas entre si juntando não 200, mas 20.000 a 200.000 empregados como hoje. O crescimento do tamanho das empresas é um dos principais fatores da riqueza das nações, como mostram as tabelas abaixo, e não a educação e políticas públicas, como muitas vezes é alegado. A força reserva de trabalho prevista por Karl Marx e um salário ínfimo eterno não se concretizaram, uma vez que empresas do Capitalismo da Cooperação contrataram num ritmo muito superior do que o desemprego causado pelas descobertas tecnológicas a que Marx se opunha. Isto nos países que valorizaram os protagonistas do Capitalismo da Cooperação, que foram os EUA, Japão e Coreia. Não o Brasil, infelizmente. Tivemos o melhor dos dois mundos. Crescimento brutal da produtividade do trabalhador devido a tecnologia e o capital, com o emprego em massa proporcionado pelo Capitalismo da Cooperação. As famílias nacional-fascistas, foram substituídas por administradores profissionais, alguns treinados em administração socialmente responsável e que se tornaram globais, levando tecnologia e capital para países mais pobres do terceiro mundo, levando know how e as técnicas do Capitalismo da Cooperação.
 Capitalismo da Especulação: infelizmente, a partir de 1980 os governos começaram a se endividar assustadoramente, ao ponto que hoje EUA, Itália, Espanha e até a Cidade de São Paulo, possuem dívidas assustadoras. Em 1987, o Brasil quebrou devido seu elevado endividamento estatal externo. Em 1994, idem. Este Capitalismo gerou um fenômeno conhecido em economia como “crowding out”, sufocando o Capitalismo da Cooperação, o capital é limitado, e todos os sistemas concorrem entre si. O triste é que este Capitalismo na mão do Estado tinha como objetivo sufocar o Capitalismo da Exploração de Karl Marx, sem perceber que estavam sufocando a verdadeira solução. Pior, estas dívidas estatais permitiram um novo tipo de Capitalismo, o Capitalismo da Especulação gerando enormes possibilidades de ganhos àqueles que entendessem de juros, câmbio, déficits públicos, e tivessem amigos no governo. Derivativos dos mais variados tipos foram criados como Futuro de Juros, Câmbio, Arbitragem Long -Spot, Swap Reversos de Câmbio e permitiram a especuladores ganhar muito dinheiro, como George Soros, Black Scholes, Econometristas Quantitativos e Hedge Funds. Estes por sua vez se tornaram grandes incentivadores das políticas Monetárias e Keynesianas governamentais com mais endividamento do Estado, intervenções do estado na economia, que permitiam inside information e muito mais volatilidade. É este Capitalismo que aqueles que querem Ocupar Wall Street precisam eliminar, e com razão. Mas nada tem a ver com os bancos e seus executivos.
Se rotularmos todos os três capitalismos no mesmo saco, se incluirmos o Capitalismo da Cooperação, aquele que Harvard e Stanford e todos os administradores profissionais, os engenheiros de produção, as psicólogas dos departamentos de RH, os profissionais de comércio internacional, os advogados de contratos e tantos outros criaram, poderemos voltar à curva da prosperidade rapidamente no sentido contrário das tabelas acima. Foi o Capitalismo da Cooperação que destruiu o Capitalismo da Exploração, eliminando o capitalista como gestor, pulverizando o poder dos capitalistas nas empresas de capital democrático, criando uma preocupação com os stakeholders e não somente com os stockholders. Foi o Capitalismo da Cooperação que destruiu a figura do Dono e Patrão e colocou o Capital na mão de trabalhadores e seus fundos de pensão. 
 ***Infelizmente no Brasil, as universidades brasileiras e seus intelectuais nunca apoiaram os defensores do Capitalismo da Cooperação, razão pela qual ainda temos o Capitalismo da Exploração das empresas familiares, com poucas empresas de capital democrático inscritas no Novo Mercado (56), e uma classe de administradores profissionais sem apoio da intelectualidade do Brasil. Por isto, o Brasil está mais próximo do Capitalismo da Especulação, com tantos Hedge Funds, juros altos, Swaps Cambial Reversos e dominado por aqueles que entendem de câmbio, juros e déficits em vez de produtividade e eficiência empresarial e governamental.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

MAIA - CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

A cultura maia caracterizou-se por um caráter prático extraordinário. Sua monumental arquitetura, seus diversos tipos de calendários, as magníficas observações astronômicas, seu sistema numérico e suas eficientes técnicas agrícolas, comprovam esta teoria. Tão prática foi a ciência e a tecnologia desta cultura, que, apesar de conhecerem, jamais utilizaram a roda, além de uso para brinquedos. Por não possuir animais de carga, nunca necessitaram construir veículos, e portanto, não necessitavam de estradas. Por outro lado, sua literatura, destruída pelos conquistadores espanhóis, foi rica e complexa. Foram brilhantes em técnicas de escultura, cerâmica e pintura.
Matemática e Astronomia
Os maias empregavam um sistema numérico vigésima, bastante sofisticado, capaz de executar cálculos com centenas de milhões de registros e datas tão extensas, que seriam necessárias várias linhas de uma folha de caderno moderno para serem escritos. Um dos pontos mais altos da ciência maia foi a descoberta e a implementação do conceito do número zero, que representavam com um caracol. A exatidão com que fizeram suas observações astronômicas é, comparativamente, muito mais precisa que as verificadas em qualquer outra civilização anterior ao advento do telescópio.

Agricultura e Hidráulica
Os maias chegaram a produzir cerca de 100 quilos de milho por hectar, de forma intensa e constante, através da utilização dos platôs e do sistema de pagamento pela terra. Além disto, foram verdadeiros engenheiros hidráulicos, o que lhes permitiu obter uma excelente irrigação das áreas cultivadas. Algumas das mais recentes descobertas arqueológicas demonstram que os maias das zonas de Palenque, na selva de Chiapas, desenvolveram canais de água pressurizada, antes da chegada do Império espanhol. Utilizaram a combinação da força da gravidade e o estreitamento dos aquedutos para conseguir uma mudança na pressão da água. Apesar de não haver certeza absoluta sobre o uso deste sistema, especula-se que serviu para regar áreas altas e decorar praças com fontes de água.

ORIGEM MAIA

Os antropólogos até hoje não conseguiram chegar a um consenso sobre a origem da civilização maia, cultura desenvolvida ao longo de uma extensa região chamada Mesoamérica, que englobava vastos territórios no sudeste do atual México, e grande parte da América Central. Estima-se que, a existência das etnias maias, ocorreu entre os anos 2.000 A.C e 1546 D.C., apesar de ser impossível afirmar com precisão. Entre as diferentes teorias, existe um consenso na análise do desenvolvimento pré-hispânico, em três etapas principais.
Período pré-clássico e clássico
A etapa pré-clássica demonstrava a agricultura como principal meio de subsistência e desenvolvimento cultural, datando sua vigência entre os anos 1.000 A.C a 320 D. C, intervalo durante o qual os primeiros maias desenvolveram seu idioma e arquitetura. Especula-se que, os habitantes originários, migraram da zona do Golfo do México, formando tribos, como a omeca, possivelmente relacionada com outros assentamentos migratórios oriundos da região de El Petén, na atual Guatemala. Com uma grande expansão, a população começou a organizar-se, ao redor de uma classe de nobres e sacerdotes, que encabeçavam a pirâmide social. Entre 320 D.C e 987 D.C. desenvolveu-se a era clássica, ou teocrática, com grandes progressos em termos de agricultura (técnica e comercial), que produziu as condições necessárias para erguer grandes edifícios em cidades destinadas ao culto religioso e ao comércio. A partir do ano 900 D.C, os centros teocráticos maias entraram em colapso e foram, paulatinamente, abandonados.
       


Período Pós-clássico
Com a queda de Teotihuacan e o posterior colapso dos centros mais, originou-se a etapa pós-clássica, situada entre os anos 1.000 e 1687 D.C, que termina com a conquista espanhola e suas consequências. Grandes movimentos migratórios de etnias mais, em maioria dos náhuatl, agruparam-se numa corrente chamada putún. Estes, fundaram grandes povoados, dominaram as rotas marítimas comerciais da Península de Yucatán, conquistaram cidades, como Chichén e formaram alianças, como a Confederación de Mayapán. Mais tarde, após a queda dos principais centros culturais, Yucatán foi dividida em 16 estados independentes.