sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

JOHN MAYNARD KEYNES - CAPITALISMO




O mais importante economista da primeira metade do século XX foi, sem dúvida, John Maynard Keynes (1883-1946), o filho de um professor de economia, John Neville Keynes, que nascera destinado a influenciar tanto na economia de seu país, a Grã-Bretanha, como nos Estados Unidos. Com exceção de Karl Marx, nenhum outro homem em toda literatura econômica causou tanto furor quanto ele, tanto na teoria como na prática econômica. O impacto de seu trabalho sobre o pensamento político e a formulação da política em quase todas as nações capitalistas. Homossexual ativo, participou de diversos grupos de defesa dos interesses da comunidade gay. Por causa de seu comportamento sua mulher se suicidou.
O último de seus escritos sobre a teoria econômica e também o mais importante surgiu em 1936, titulado "The General Theory of Employment, Interest and Money" (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro). Keynes provocou adorações de uns e severa crítica de outros. Foi elogiado pela maioria das coisas boas e considerado culpado por muitas das coisas más que se tornaram parte da política nacional durante as duas últimas décadas. A dinâmica de suas teorias provocou a formação de um forte grupo pró-Keynes, enquanto os pontos vulneráveis das mesmas, juntamente com o que expressam ou implicam no tocante à ação governamental, produziram um forte grupo anti-Keynes.
Anterior ao pensamento revolucionário keynesiano, a "Microeconomia" pressupunha que as forças de oferta e de procura provocariam automaticamente ajustes para o equilíbrio em todos os preços e valores, plena utilização dos fatores de produção, e um preço de equilíbrio para o uso de cada um. Os desvios desses níveis eram considerados temporários. De modo geral, a análise anterior do preço e do valor assentava-se em hipóteses baseadas no laissez faire e a aplicação de tal teoria implicava uma política de laissez faire e a perfeita mobilidade dos fatores no seio de uma economia autorreguladora. Poderia-se exemplificar como casos específicos da Microeconomia a procura pelo trigo ou o nível salarial de uma determinada indústria.
Por outra visão, a "Macroeconomia" cuidava dos totais ou agregados. Tratava da renda nacional total segundo é afetada pelos gastos e poupanças totais. A Microeconomia está incorporada a esta. Observa o comportamento da economia total e reconhece que o dano de uma das partes é prejudicial ao todo. A idéia de fluxo é da mais alta importância pelo fato de que a renda total nacional da sociedade deve ser mantida em certos níveis para garantir os níveis desejados de investimentos, economias e emprego. É uma espécie de conceito de equilíbrio geral no total todo elemento da economia depende de todos os demais elementos. Contrariando a Microeconomia , não aceita o laissez faire, considerando-o, na verdade, uma filosofia inteiramente indigna de confiança e que pode ser julgada grandemente responsável pelas violentas perturbações no nível das atividades comerciais e pelo desemprego subsequente.
Contudo, a Macroeconomia é anterior a Keynes. A teoria dos ciclos comerciais, seja ela monetária ou não em sua maneira de apreciar a questão , interessa-se primordialmente pelos problemas das rendas e empregos flutuantes; esses problemas preocuparam os economistas por muitos anos. Os estudos primitivos sobre os ciclos comerciais raramente empregaram evidência empírica, mas pelo menos nos Estados Unidos a macroanálise existiu durante meio século. Keynes fez a ênfase recair inteiramente sobre os níveis das rendas segundo afetavam os níveis de emprego, o que constitui, naturalmente, uma ênfase diferente da encontrada nos estudos anteriores. É provavelmente verídico que toda a economia keynesiana tenha-se destinado a encontrar as causas e curas para o desemprego periódico. Keynes não encontro solução alguma para o problema em quaisquer trabalhos sobre Economia Política então existentes, sendo os seus esforços, portanto, grandemente exploratórios. Desviou-se claramente da maioria das Economias anteriores, até mesmo da de seu professor, Alfred Marshall, a qual era considerada pela maior parte dos eruditos quase sacrossanta. É verdade que muitas de suas ideias combinaram com as dos economistas anteriores, como Lauderdale, Malthus, Rae, Sismondi, Say, Quesnay e outros. Keynes combinou suas próprias teorias e os desenvolvimentos anteriores em uma análise que ocasionou transformações na Economia aceita em grau que raiou pela revolução.

ADAM SMITH - CAPITALISMO




Era filho de um segundo casamento do pai com Margaret Smith. Nasceu em Kircalldy, Edimburg na Escócia no ano de 1723. Frequentou o Instituto de Glasgow onde entrou com 14 anos. Mais tarde obtém uma bolsa que lhe permitiu matricular-se na universidade de Oxford com a intenção de seguir a carreira eclesiástica. Sentindo que não tinha vocação desistiu e voltou à sua terra natal. Por sua iniciativa começou a fazer palestras que lhe deram uma certa notoriedade. Isto abriu-lhe caminho para ser professor em Glasgow onde lecionou Filosofia Moral. Faleceu em 7 de junho de 1790 em Edimburg.
Obra: Adam Smith escreveu os seguintes livros: História da Astronomia, Linguagens, Sentimentos Morais, Jurisprudência e Riqueza das Nações. O mais conhecido e lido é a Riqueza das Nações. Existe uma edição da Fundação Calouste Gulbenkian em 2 volumes, encontrando-se o 1º volume esgotado.
É com base neste último livro que irei fazer uma análise do pensamento econômico e político de Adam Smith. Consultei também o livro “ Adam Smith “ da autoria de Gavin Kennedy ,editora Atual e ainda o Manual de Economia Política de Pedro Soares Martinez.
Evolução da sociedade: Adam Smith estabeleceu quatro etapas na evolução da sociedade: a era dos caçadores, a era dos Pastores, a era da Agricultura e a era do Comércio. Com o aparecimento da agricultura surge a propriedade privada e aqui começam os conflitos. Adam Smith diz o seguinte :  
“ sempre que há muita propriedade, há grandes desigualdades. Por cada homem muito rico tem de haver  quinhentos pobres e a influência de poucos pressupõe a indigência de muitos”. Para estabelecer a ordem tem de haver justiça e um governo que a imponha “ a aquisição de propriedade valiosa e extensa requer necessariamente o estabelecimento de um governo civil “.
O desenvolvimento do comércio e das manufaturas pôs a circular bens, criando riqueza e acentuou o declínio do feudalismo.
Mercado livre e criação de riqueza: Para Adam Smith a riqueza não está na acumulação de metais preciosos( ouro e prata ) como pensavam os mercantilistas. Também não está na agricultura como defendiam os fisiocratas. A riqueza provém da divisão do trabalho e da especialização.  A divisão do trabalho contribui para o aumento da produtividade e  o excesso de produção abre caminho ao mercado:  “permutar, negociar e trocar. “ Nas trocas e nos negócios tem de haver interesse de ambas as partes: dos que vendem e dos que compram. Adam Smith diz o seguinte:
“  não esperamos que o nosso jantar venha da bondade do talhante, do cervejeiro ou do padeiro, mas sim da consideração que eles têm do seu próprio interesse. Apelamos não à humanidade deles mas sim ao amor próprio deles e nunca lhe falamos das nossas próprias necessidades, mas sim das suas vantagens. Dá-me o que quero e terás aquilo que queres “.
Os preços no mercado surgem em função da oferta e da procura e o mesmo pode acontecer com os salários. Um dos elementos fundamentais do mercado é o comércio e este faz-se a partir do capital fixo ( maquinaria e imóveis)  e do capital circulante ( dinheiro ).
A mão invisível e o “laissez faire “: Apesar dos negociantes e mercadores agirem egoisticamente no mercado tratando em primeiro lugar dos seus próprios interesses, a verdade é que o mercado parece autorregular-se pondo a circular os bens que são necessários, subindo os salários quando a produtividade é grande e regulando os preços em função da procura e da oferta. Adam Smith usa a metáfora “ mão invisível “ para explicar este fenômeno.
Relacionada com a teoria da “ mão invisível “ está a ideia de que o Estado não deve intervir na economia.  Para Galvin Kennedy é um erro pensar que Adam Smith  tenha apoiado o “ laissez faire“.
E cita esta passagem do livro A Riqueza das Nações  : 
“mas o exercício da liberdade natural de algum indivíduo que faça perigar a segurança de toda a sociedade é e deve ser impedido pelas leis de todos os governos, tanto dos mais livres como dos mais despóticos “.  
 Há aqui portanto uma referência explícita à intervenção do Estado na Economia que põe em causa o “ laissez faire “
Funções ou deveres do Estado
1-Segurança- “ O primeiro dever do soberano, o dever de proteger a sociedade da violência e da invasão de outras sociedades independentes, só pode ser desempenhada por meio da força militar “
2-Justiça- Para que sejam garantidos os direitos e as liberdades de todos os cidadãos é necessário que haja uma justiça independente de todos os outros poderes. Adam Smith diz o seguinte: “ é necessário que o poder judicial esteja separado do poder executivo. O juiz não deve ser passível de ser afastado do seu cargo de acordo com os caprichos desse poder “.
3-Obras públicas, instituições para facilitar o comércio e a educação.
As estradas, pontes e canais são necessários para facilitar o comércio. A administração local poderia também colaborar nas despesas de manutenção  das ruas das  cidades.
Adam Smith defendia também que o Estado deveria contribuir para as despesas da educação e da saúde das pessoas mais pobres. Para fazer face às despesas públicas haverá impostos que serão tributados proporcionalmente ao rendimento de cada um.
Conclusão :
Adam Smith viveu durante o período Iluminista e foi contemporâneo da Declaração da Independência dos Estados Unidos da América e da Revolução Francesa.
É considerado por alguns como o pai da economia política. Na Riqueza das Nações faz uma análise  das relações econômicas desde os pastores recoletores até ao século XVIII, altura em que o comércio e a indústria começaram a desenvolver-se e a caminhar para a revolução industrial. Procurou  ainda estabelecer as relações causais que permitiram a criação de riqueza.  Utilizou também o método comparativo para dele tirar conclusões ou deduzir leis econômicas.
Não é como muitos pensam um teórico da economia liberal, do “ laissez faire “ ou do Estado mínimo. Além das atribuições que competem ao Estado ( Segurança, Justiça e Educação ) o Governo pode interferir na economia lançando impostos  e regulando o mercado. Adam Smith não era indiferente à pobreza e à miséria quando diz;  
“ Nenhuma sociedade pode florescer e ser feliz se a maior parte dos seus membros forem pobres e miseráveis. É uma questão de justiça que aqueles que alimentam, vestem e albergam todo o corpo da sociedade tenham uma porção do produto do seu trabalho para si mesmos, de forma que eles também sejam relativamente bem alimentados, vestidos e alojados “.
Isto significa que o crescimento econômico deveria ser acompanhado de salários mais altos, redistribuindo melhor a riqueza.
No livro a Riqueza das Nações, Adam Smith tem uma frase assertiva , muito importante que qualquer primeiro-ministro devia ler  e meditar. Essa frase diz o seguinte:
“Não existe arte que o Governo possa aprender mais depressa do que aquela de retirar dinheiro do bolso das pessoas “.

ÁFRICA - A GRANDE MURALHA VERDE





Nas últimas décadas, o Saara aumentou de tamanho. Os motivos? 
Declínio na quantidade de chuvas aliado à degradação do solo ocasionada por pecuária e desmatamento. A solução? O projeto Grande Muralha Verde, desenvolvido pela UA - União Africana e apoiado pela ONU - Organização das Nações Unidas, no qual estão reunidos 11 países. Todos partilham dos mesmos objetivos: plantar árvores pelo continente africano para conter a expansão do mais extenso deserto quente do mundo, fornecer apoio para o uso sustentável das florestas em regiões áridas e melhorar a qualidade de vida das comunidades locais.
Uma grande muralha verde, que se estenderia do Senegal até Jibuti para travar o avanço do Sara, é o grande sonho de África, que deseja impulsionar o projeto, parado há quatro anos, durante a COP15, a conferência mundial do clima promovida pelas Nações Unidas em Dezembro, em Copenhague (Dinamarca). África não irá com as mãos vazias para a cimeira de Copenhague. O projeto da grande muralha verde será apresentado pelo presidente senegalês, Abdulaye Wade, informa Djibo Ka, ministro do Ambiente senegalês. O projeto, no entanto, enfrenta o seu maior obstáculo, que é o financiamento. A ideia de criar uma barreira de vegetação e bacias de retenção para acumular a água da chuva de 7000 km de extensão e 15 km de largura foi lançada pelo ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo em 2005 e posteriormente retomada pelo seu homólogo senegalês. Segundo a FAO, Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, as florestas da zona sariana desaparecem a um ritmo preocupante de dois milhões de hectares por ano. O aquecimento do planeta só acentuará o fenômeno, levando, além disso, a importantes migrações de populações em países já pobres e instáveis. Dos 11 países associados ao ambicioso projeto, o Senegal é o mais ativo, apesar das suas realizações serem modestas, pois apenas 10 km de muralha verde foram plantadas nos últimos dois anos, como reconhece o ministro do Ambiente.
A nova Grande Muralha Verde

Um novo muro é esperado, dentro de 20 anos, em África. Um muro diferente, feito de árvores, para impedir o avanço do deserto do Saara.Trata-se da “Grande Muralha Verde” um cinturão de árvores com cerca de 15 km de largura e 7.775 km de comprimento que cruzará todo o continente africano, desde a Mauritânia até Djibouti. O objetivo é travar o avanço do deserto, melhorar a gestão dos recursos naturais e combater a pobreza. Quando a muralha estiver pronta, a nova floresta cobrirá cerca de 11.662.500 hectares.
É que, segundo um estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, os onze países implicados na construção da muralha verde (Burkina Faso, Djibouti, Eritreia, Etiópia, Mali, Mauritânia, Niger, Nigéria, Senegal, Sudão e Chad), perdem uma média de 1.712 milhões de hectares de floresta por ano, o equivalente a 34 Espanhas.
A solução para muitos problemas
Em Sahel região entre o deserto do Sahara e as terras mais férteis a sul, habitam quase 500 milhões de pessoas. Mas as alterações climáticas e a aridez tornam cada vez mais difícil a agricultura…
A falta de oportunidades económicas em Sahel é outra das razões pela qual muitos africanos decidem emigrar para a Europa ou ajudam na propaganda do extremismo islâmico. Grupos como a Al Qaeda, o Boko Haram e o Magreb Islâmico aproveitam-se dos jovens agricultores desesperados por uma vida melhor.
A Grande Muralha Verde Africana, que começou a ser construída em 2008, pretende ser a solução a todos estes problemas. O projeto é ambicioso, mas conta já com o apoio das Nações Unidas, da União Africana e do Banco Mundial, que se comprometeu a financiar o projeto com 2.000 milhões de dólares.
O nosso objetivo é parar o avanço do deserto e ajudar as pessoas e viver melhor na sua terra“, explica Papa Sarr, diretor técnico da Agência Nacional da Grande Muralha Verde no Senegal. “Quando há árvores, os micro-organismos na terra regeneram e ajudam outros organismos a viver. Ao princípio é uma transformação invisível mas é muito importante“, acrescenta.
Os novos milhares de árvores absorverão dióxido de carbono e produzirão oxigénio, o que poderia melhorar a qualidade do ar em muitas cidades africanas.
Um processo lento e difícil em países instáveis
 Oito anos após a introdução das primeiras parcelas da nova floresta, na aldeia de Kooyah, os especialistas afirmam que ainda é muito cedo para tirar conclusões. A taxa de sucesso está entre os 70% e os 75%, mas varia drasticamente entre as parcelas. Segundo as autoridades, a regeneração das espécies vegetais já se verifica, mas é um processo bastante lento.
O maior obstáculo do ambicioso projeto poderia ser a instabilidade política. É que a barreira pretende cruzar o Niger, o Sudão, Mali e Chad, países com grupos armados e organizações terroristas, que impedem a entrada de estrangeiros.
Nem todas as comunidades vão entender o valor das árvores“, adverte a analista política Mary Harper. Em lugares como a Somália, de onde vem a maioria da população que vivem abaixo da linha da pobreza, “a nova floresta pode rapidamente transformar-se em lenha e carvão“.