Apesar de ter gravidade e possuir uma rota definida ao redor do Sol, Plutão, assim como os outros planetas anões dessa região, não possui uma órbita desimpedida. E Plutão não é nem o maior astro do Cinturão de Kuiper; o planeta anão Éris, descoberto em 2005, de cerca de 2.500 quilômetros de diâmetro, é ligeiramente maior e mais denso do que Plutão.
*É um planeta anão do Sistema Solar e o nono maior e décimo mais massivo objeto observado diretamente orbitando o Sol.
*Plutão leva 248 anos para completar uma órbita. Suas características orbitais são bastante diferentes das dos planetas, que seguem uma órbita quase circular ao redor do Sol próximo a um plano horizontal chamado eclíptica. Em contraste, a órbita de Plutão é altamente inclinada em relação à eclíptica (mais de 17°) e excêntrica. Devido a essa excentricidade, uma pequena parte da órbita de Plutão está mais próxima do Sol do que a de Netuno.
Características de Plutão
*A área de superfície de Plutão é de 1,795×107 km².
*A gravidade em Plutão é baixa (em comparação com a da Terra), ficando em 0,067 vezes a do nosso planeta.
*A densidade média de Plutão é de 2,050 g/cm³.
*A massa de Plutão é de (1.305±0.007)×1022 kg ou 13 bilhões de bilhões de toneladas.
*Em função da distância do Sol (cerca de 6 bilhões de km) e de sua composição, Plutão possui temperaturas baixíssimas.
*Plutão possui cor na tonalidade entre o marrom claro e o amarelo.
*Plutão tem uma órbita elíptica e a sua distância em relação ao Sol varia de 4,4 a 7,4 bilhões de quilômetros. Isso faz com que o planeta anão leve 248 anos para circular todo o Sol.
*Luas
O planeta anão conta com cinco luas: Caronte, Nix, Hidra, Cérbero e Estige.
Caronte tem metade do diâmetro de Plutão e é o maior satélite em relação ao seu planeta em todo o sistema solar.
Carote é tão velha quanto o planeta anão.
A teoria que os cientistas defendem é a de que Plutão deve ter colido com outro objeto com Cinturão de Kuiper quando ainda estava se formando, expelindo uma grande quantidade de escombros na órbita do planeta. Com o tempo, esses restos se tornaram Caronte. Assim com seu planeta, Caronte surpreendeu: sua superfície é cheia de montanhas e desfiladeiros, mais um indício de que seu passado geológico foi turbulento.
*Atmosfera
Os cientistas acreditam que a atmosfera de Plutão seja composta:
Nitrogênio com metano, acetileno e etileno.
Ela é ainda mais fria do que se esperava: perto da superfície do planeta a temperatura chega a -197,2ºC. Mais longe da atmofera a temperatura aumenta um pouco por conta do metano, chegando a -127,2ºC.
Os principais gases: cianeto de hidrogênio produzem o esfriamento da parte exterior, fazendo a temperatura chegar a -167ºC.
O fato de a atmosfera do planeta anão ser tão fria faz com que menos gases escapem para o espaço.
O planeta anão também
conta com uma espécie de névoa azul. "Um céu azul geralmente é
resultado da dispersão da luz solar em partículas muito pequenas. Na Terra, essas partículas são
moléculas bem pequenas de nitrogênio. Em Plutão elas parecem ser maiores, partículas que
parecem fuligens às quais chamamos de tolinas", explica a pesquisadora Carly
Howett, do Instituto de Pesquisa Southwest, nos Estados Unidos. Os
cientistas acreditam que as partículas de tolina são formadas na
atmosfera, onde a luz solar ultravioleta se parte e ioniza as moléculas de
nitrogênio e metano, permitindo que elas reajam uma com a outra. Nesse
processo são formados íons carregados positivamente e negativamente. Quando
combinados, eles formam macromoléculas complexas. Conforme estas se
combinam e crescem, se tornam pequenas partículas, gases voláteis se
condensam e cobrem a superfície com gelo antes que elas tenham tempo para cair
pela atmosfera para a superfície, onde fazem com que Plutão tenha uma coloração
vermelha.
*Geologia
2,3 mil quilômetros de diâmetro equatorial
Uma das maiores surpresas dos astrônomos foi descobrir que a geologia de Plutão é quase tão variada quanto a da Terra. Os dados coletados pela New Horizons mostram que o planeta conta com várias montanhas, vales, vulcões, crateras e planícies.
Os cientistas acreditam que algumas das partes acidentadas foram resultados de impactos com asteroides e que elas sejam da mesma época em que o planeta anão foi formado, há cerca de 4,5 bilhões de anos. Outras regiões, como os vulcões de gelo, por exemplo, provavelmente levaram uma boa parte da história de Plutão para se formarem.
A superfície do planeta anão tem 98% de gelo de nitrogênio em sua composição, com resquícios de metano e monóxido de carbono. "A superfície de Plutão é cheia de azuis, amarelos, laranjas e vermelhos mais escuros. Ela possui suas próprias cores, o que mostra a incrível história da complexidade geológica que estamos apenas começando a descobrir", afirmou John Spencer, do Instituto de Pesquisa Southwest, no estado do Colorado, nos Estados Unidos.
A maior concentração de gelo de nitrogênio aparece na planície Sputnik Planum. Essa área não mostra indícios de ter sofrido impacto com asteroides.
De acordo com Mike Summers, professor de astronomia da Universidade George Mason, nos Estados Unidos, essa porção da superfície não deve ter mais do que 10 milhões de anos, "um piscar de olhos na linha do tempo geológica". Esse é um forte indício de que Plutão ainda é geologicamente ativo.
Uma das maiores surpresas foi a complexidade geológica do planeta anão e os melhores cérebros da NASA estão quebrando a cabeça para encontrar a melhor forma dela fazer sentido.
Os cientistas da missão publicaram este mapa para ajudar a compreender a
diversidade do terreno e juntar as informações de como a superfície de Plutão se
formou e evoluiu. Este mapa cobre apenas uma
pequena parte da superfície de Plutão, que mede 2070 km de cima para baixo, mas
inclui a vasta planície de gelo de nitrogênio informalmente chamada de Sputnik Planum
e seu terreno circundante.
A
região Sputnik Planum de Plutão mapeada, indicando uma ampla variedade de
terrenos.
Crédito: NASA / JHUAPL / SwRI.
O mapa está coberto com cores que representam diferentes terrenos geológicos,
cada um definido por sua textura e morfologia – liso, esburacado, escarpado, acidentado
ou estriado, por exemplo. As linhas pretas no centro do mapa representam vales
que marcam os limites das regiões celulares no gelo de nitrogênio.
O roxo representa as caóticos faixas dos blocos de montanhas nessa linha
da fronteira ocidental da Sputnik, e o rosa, disperso, representa as colinas flutuantes
em sua borda oriental.
Wright
Mons, o possível criovulcão – um vulcão que quando entra em erupção expele água,
amônia ou metano em vez de rocha fundida – está mapeado em vermelho no canto sul.
As
terras altas acidentadas, informalmente denominadas Cthulhu Regio, estão
mapeadas em marrom escuro ao longo da borda ocidental, marcadas por muitas crateras
de grandes impactos.
O
mapa de base para este mapa geológico é um mosaico de 12 imagens obtidas pela
Long Range Reconnaissance Imager (Lorri) com uma resolução de 390 metros por pixel.
As imagens foram obtidas de cerca de 77300 km durante o voo rasante da New Horizons
em 14 de Julho de 2015.
Fonte:: (Science 16 Oct 2015: Vol. 350, Issue 6258, DOI: 10.1126/science.aad1815 - http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/03/tudo-o-que-voce-precisa-saber-sobre-plutao.html)