segunda-feira, 27 de junho de 2016

A GEOGRAFIA DE MONTESQUIEU



A Geografia de Montesquieu


Montesquieu é conhecido como o teórico da separação de poderes. Foi o fundador do liberalismo.  
*Suas ideias deterministas trouxeram novas indagações sobre as relações sociais, econômicas e culturais. Para Montesquieu a “natureza das coisas” é  a posição estruturalista clássica, incluindo o funcionalista-estruturalista, deixando claro em suas premissas que os fenômenos sociais estão relacionados com outros fenômenos (naturais – clima, relevo, vegetação...). 
Montesquieu enfatizou as relações entre diferentes entidades, descrevendo relações como estável e durável.
*Para Montesquieu a geografia local poderá ou terá influência da identidade da nação. A formação geográfica é determinante para o poder e harmonização de uma sociedade, vendo que, a mesma influência na capacidade produtiva economia e, na segurança do Estado, devido os recursos naturais que são fornecidos, assim modificando e moldando o comportamento da sociedade, seja ela, na ordem fisiológica ou psicológica. Desta forma o ambiente físico tem grande influência para o desenvolvimento social, econômico, político e cultural:

 “... caráter do espírito e as paixões do coração são extremamente diferentes em diferentes climas," e as leis devem se adaptar a essas diferenças.

*Contudo Montesquieu não deixou de fazer uma analise sobre a influência dos valores sociais, políticos e culturais. Considerou as causas sociais como mecanismo de influência da vida coletiva, nada é tão eficaz como a religião, o capital e o Estado. Tendo como explicação três fatores:
                                                                                                                                    
I. Decretos do Estado, as Leis e o que é impostas para a sociedade.
Obs: Montesquieu ainda observar os valores das leis: as leis civis, relativas à organização da vida familiar, as leis penais e as leis constitutivas do regime político.
II. Os ordenados pela coletividade, costumes. 
III. a diferença entre os imperativos interiorizados e as maneiras de agir, hábitos.  


Enfatizando tais relevância das políticas de liberdade e bom desenvolvimento das instituições sociedades, Montesquieu reconheceu na pluralidade das causas e a possibilidade da atuação do Estado.
Ao analisar as duas interpretações seja ela no contexto do político ou do determinismo não devemos hesitar,  ao descrever as influências seja elas casuais onde interesses, a relação da hierarquia da importância que rege os caminhos coletivos.


“As Leis tratam de relações necessárias. Antes do estabelecimento da sociedade, existiam apenas as Leis Naturais (paz, busca por alimentos, atração e desejo de viver em sociedade). O sentimento marcante dessa fase era o medo, como todos os homens eram iguais, eles temiam um ao outro”.
No seu significado mais amplo, as Leis são relações necessárias que derivam da natureza das coisas. E nesse sentido, todos os seres têm as suas leis; a Divindade tem as suas leis ; o mundo material tem as suas leis; as inteligências superiores têm as suas leis; os animais têm as suas leis; o homem tem as suas leis “ 
E mais adiante acrescentou
“ Aqueles que dizem que uma fatalidade cega produziu todos os efeitos que vemos no mundo, disseram um grande absurdo, pois o que pode ser mais absurdo do que uma fatalidade cega que tivesse produzido seres inteligentes ? “
 “ Num Estado, isto é, numa sociedade onde há leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer o que se deve querer, e a não ser forçado a fazer o que se não deve querer. Tem de se ter em mente o que é a independência e o que é a liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que as leis proíbem, já não haveria liberdade porque os outros também teriam esse poder.”

OBS: MONTESQUIEU, Charles Louis de. Do Espírito das Leis – in Coleção Os Pensadores - Montesquieu. São Paulo, Abril Cultural, 1973. Giner, S. (1999[1967]). Historia del Pensamiento Social. España: Ariel.Macfarlane, A. (2013). Montesquieu and the Making of the Modern World. CreateSpace Independent Publishing Platform. ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. O Espírito das Leis )

domingo, 26 de junho de 2016

THOMAS HOBBES - POLÍTICA



 THOMAS HOBBES 
A TEORIA POLÍTICA DO ESTADO SOBERANO


*Thomas Hobbes questionou as lutas fratricidas que promovia as reais ruínas das doutrinas políticas que não garantia os valores morais e éticos da convivência harmoniosa da humanidade, ou seja, as existentes políticas serviam poucos, massacrando a massa trabalhadora. Os valores morais nada mais eram que provetas para as controvérsias infindáveis, para Thomas os valores políticos como morais deveriam seguir o método Matemático baseados em fundamentos racionais, lógicos e dedutivo a fim de criar um poder soberano para eliminar o caos. Thomas – argumenta:
*”Diante do silogismo do instinto nato do homem e a conservação da própria integridade e dos teus, o homem é o próprio criador da guerra. Assim os valores do Estado Civil é o próprio instinto de conservação, justificado como desejo de paz, Habeas Corpus do controle”.
*”Assim todos os valores individuais, da liberdade e direitos naturais serão subjugados pelo bem comum, e todos renunciaram, dando o controle e o Salvo Conduto das decisões e escolhas não pertenceram mais ao indivíduo que agora responde a um Poder Soberano – Estado”.
* Uma sociedade capitalista de valores individualizado remete tais premissas de paz e convivência harmoniosa a ruína. Para assegurar que todos estejam protegidos das mazelas egoístas da sociedade o “Estado Soberano” deverá exercer seu poder absoluto, sem rendição ou subordinação individual, garantindo a execução do “Contrato Social”. Seguindo o raciocínio lógico e dedutivo deste pensamento, justificou - se que o Estado Soberano é legítimo, porque: 
I. Constituído da vontade livre e igualitária dos indivíduos – legitimando a uniformidade da maioria ou totalidade dos membros da sociedade, seja, nas opiniões, pensamentos, sentimentos, crenças, dentre outras.
II. Conservando a paz, segurança e a vida de todos. 

 Caso o caos reine no povo, o Estado Soberano não é legítimo, portanto deverá ser deposto.
Absolutismo de Thomas Hobbes:
“Não é mais o indivíduo que existe em função do Estado, mas é o Estado que deve existir em função do indivíduo. E mais que isso, o Estado e a Sociedade são fundados e ordenados a partir da vontade livre de indivíduos”.
*O Estado Soberano deverá lutar contra o interesse individualista  do acumulo das riquezas que constituíram a classe dos comerciantes, banqueiros e latifundiários, que lucraram como produto máximo (...) o caos, miséria, destruição e violência, destruindo os valores morais e coletivos na busca do controle, explorando os mais fracos, saqueando os cofres do Estado. 
* Para Thomas, o direito da terra era um bem divino, jamais poderia ser tratada como mercadoria ou como fonte individual de acumulação de riquezas, trazendo miséria para milhares(milhões).
“A terra é uma fonte de paz social”.(Thomas Hobbes)
*O Estado jamais poderá cai no controle do capitalismo e seus interesses, pois o capitalismo, irá garantir seu interesse, seu poder econômico, suas decisões livres de punições. Garantindo ao povo uma vida de exploração, miséria e atentando contra a vida. O Estado Absoluto seria/é necessário para impedir os abusos e a violência cometida pelos mais fortes contra os mais fracos porque isso poderá desagregar a sociedade e destruir a paz civil.
OBS: (Hannah Arendt,O Sistema Totalitário -  Thomas Hobbes, Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um estado Eclesiástico e Civil, tradução de João Paulo Morais e Maria Beatriz Nizza da Silva, 2.ª Ed., Lisboa, Imprensa Nacional - Casa da Moeda («Estudos Gerais»), 19 - Hobbes, T., Natureza humana, Lisboa, Impr. Nacional/casa da Moeda, c1983, 1992. Skinner, Q., Razão e retórica na filosofia de Hobbes, São Paulo, UNESP, 1999. Bobbio, N., Thomas Hobbes, Rio de Janeiro, Campus, 1991.)

sábado, 25 de junho de 2016

GEOGRAFIA CULTURAL DE CARL SAUER



Geografia Cultural de Carl Sauer

Carl Sauer líder da “Escola e Berkeley” e sua notória Geografia  Cultural. A Geografia Cultural de Sauer, mantém uma visão crítica e de fortalecimento do culturalismo e antropocentrismo em um meio altamente quantitativo para as futuras gerações de geógrafos. 
*1915/1923: Sauer fez inúmeras pesquisas in loco, observando as paisagens e as influencias do homem na mesma, Sauer “contestou o determinismo ambiental, aplicando o conceito do determinismo cultural” como determinante a paisagem. 
* Com apoio em uma matriz não positivista, suas bases epistemológicas inclui temas além dos tradicionais como paisagens, áreas, ecologia e história da cultura no espaço, foram enfatizados novos  contextos como a espacialidade da cultura popular, religião e conflitos. Assim criamos uma nova  forma de fazer a leitura  do espaço através: de obras literárias, pinturas, música, símbolos, danças, arquitetura entre outros, criando uma nova percepção do ambiente e espaço reconhecendo os diferentes grupos. Sauer enunciou o sentido que a geografia teria enquanto disciplina: a de fornecer-nos uma visão integral (ao mesmo tempo individual e genérica, física e humana) que nos obriga sempre a inter-relacionar os fatos, os “fatos do lugar”, que, associados, originam o conceito de paisagem. Estes temas iriam se desdobrando, abrindo diversas áreas de pesquisa para a Geografia Cultural. Observa - se que The Morphology of Landscape marca uma ruptura com o determinismo ambiental; enquanto que Recent Developments in Cultural Geography (1927), marca um afastamento crescente da geografia corológica em direção à geografia cultural e histórica e Foreword to Historical Geography (1941) se constitui na versão acabada de seu pensamento, no qual pode se identificar a valorização dos elementos temporais e históricos como intervenientes da relação entre o homem e a paisagem. Respeitando a diversidade e variantes dos temas e dos  interesses nelas inseridos como “modus vivendi”, criando o censo de  amplitude para novos temas como o da percepção ambiental. Enfatizar e planejar a interdisciplinaridade, permitindo aos geógrafos amplas incursões em outros campos do conhecimento sem o dilema de perder o domínio de seu objeto de estudo, sempre procurando valorizar o trabalho de campo e a recusa dos “a priori”; e, devido diretamente a Sauer, reafirmar a crença de que a geografia estava além da ciência e de que os males atuais seriam sanados pelas próximas gerações, bastando para isso que fosse mantida a liberdade acadêmica.  

A Morfologia da Paisagem é submetido, subjugado e contraditório aos diversos olhares, sejam eles, geógrafos ou amadores. Todos contribuíram para a compreensão da ação humana no meio/espaço, transformando-o”.

*A paisagem é o conjunto de formas naturais e culturais associadas em área. Materialidade e extensão são atributos essenciais da paisagem Saueriana, não se admitindo o uso do termo como metáfora, como paisagem política ou econômica. As formas que constituem a paisagem estão integradas entre si, apresentando funções que criam uma estrutura. A paisagem constitui, assim, em uma unidade orgânica ou quase orgânica. Trata-se de morfologia na qual forma, função e estrutura são elementos centrais (SAUER).


“Nesta temática, a difusão espacial de artefatos, ideias, pessoas, plantas e animais é um dos focos principais da história da cultura. A coletânea “Seeds, Spades, Herds and Hearths” (SAUER, 1969).
Sobre a domesticação e difusão de animais e plantas alimentícias é um exemplo eloquente. O interesse pelo passado remoto inclui ainda, entre outros, estudos sobre o domínio do fogo pelo homem, domínio que possibilitou a expansão e o desenvolvimento da cultura em geral (SAUER, 1964).
Anteriormente, Sauer discutira a ocupação humana do continente americano (SAUER, 1944).
E as relações entre o homem e o meio ambiente durante a última glaciação (SAUER, 1948)”.

*As mudanças verificadas na organização do espaço e da paisagem são discutidas por Sauer, evidenciando seu interesse em acompanhar a dinâmica regional.


OBS: [1] SAUER, Carl O. Land and Life: A Selection from the Writings of Carl Ortwin Sauer.(John Leighly, ed). Univ. Calif. Press (1963). [2] KROEBER, A. L. A natureza da Cultura. EdiÁıes 70, Chicago (1952). SAUER, Carl O. ìThe Fourth Dimension of Geographyî in Selected Essays, 1963-1975. Turtle Island Foundation Berkeley (1974). SPOSITO, Eliseu SavÈrio. Geografia e filosofia: contribuiÁ„o para o ensino do pensamento geogr·fico. Ed. UNESP, S„o Paulo (2004).