Geografia
Cultural de Carl Sauer
Carl Sauer líder da “Escola e
Berkeley” e sua notória Geografia Cultural.
A
Geografia Cultural de Sauer, mantém uma visão crítica e de fortalecimento do
culturalismo e antropocentrismo em um meio altamente quantitativo para as
futuras gerações de geógrafos.
*1915/1923:
Sauer fez inúmeras pesquisas in loco, observando as paisagens e as influencias
do homem na mesma, Sauer “contestou o determinismo ambiental, aplicando o
conceito do determinismo cultural” como determinante a paisagem.
* Com apoio em uma matriz não
positivista, suas bases epistemológicas inclui temas além dos tradicionais como
paisagens, áreas, ecologia e história da cultura no espaço, foram enfatizados
novos contextos como a espacialidade da
cultura popular, religião e conflitos. Assim criamos uma nova forma de fazer a leitura do espaço através: de obras literárias,
pinturas, música, símbolos, danças, arquitetura entre outros, criando uma nova
percepção do ambiente e espaço reconhecendo os diferentes grupos. Sauer enunciou o sentido que a
geografia teria enquanto disciplina: a de fornecer-nos uma visão integral (ao
mesmo tempo individual e genérica, física e humana) que nos obriga sempre a
inter-relacionar os fatos, os “fatos do lugar”, que, associados, originam o
conceito de paisagem. Estes temas iriam se desdobrando, abrindo diversas áreas
de pesquisa para a Geografia Cultural. Observa - se que The Morphology of Landscape
marca uma ruptura com o determinismo ambiental; enquanto que Recent Developments
in Cultural Geography (1927), marca um afastamento crescente da geografia
corológica em direção à geografia cultural e histórica e Foreword to Historical
Geography (1941) se constitui na versão acabada de seu pensamento, no qual pode
se identificar a valorização dos elementos temporais e históricos como intervenientes
da relação entre o homem e a paisagem. Respeitando a diversidade e variantes
dos temas e dos interesses nelas
inseridos como “modus vivendi”, criando o censo de amplitude para novos temas como o da
percepção ambiental. Enfatizar e planejar a interdisciplinaridade, permitindo
aos geógrafos amplas incursões em outros campos do conhecimento sem o dilema de
perder o domínio de seu objeto de estudo, sempre procurando valorizar o
trabalho de campo e a recusa dos “a priori”; e, devido diretamente a Sauer,
reafirmar a crença de que a geografia estava além da ciência e de que os males
atuais seriam sanados pelas próximas gerações, bastando para isso que fosse
mantida a liberdade acadêmica.
“A Morfologia da Paisagem é submetido, subjugado e
contraditório aos diversos olhares, sejam eles, geógrafos ou amadores. Todos
contribuíram para a compreensão da ação humana no meio/espaço, transformando-o”.
*A paisagem é o conjunto de
formas naturais e culturais associadas em área. Materialidade e extensão são
atributos essenciais da paisagem Saueriana, não se admitindo o uso do termo
como metáfora, como paisagem política ou econômica. As formas que constituem a
paisagem estão integradas entre si, apresentando funções que criam uma
estrutura. A paisagem constitui, assim, em uma unidade orgânica ou quase
orgânica. Trata-se de morfologia na qual forma, função e estrutura são
elementos centrais (SAUER).
“Nesta
temática, a difusão espacial de artefatos, ideias, pessoas, plantas e animais é
um dos focos principais da história da cultura. A coletânea “Seeds, Spades,
Herds and Hearths” (SAUER, 1969).
Sobre
a domesticação e difusão de animais e plantas alimentícias é um exemplo
eloquente. O interesse pelo passado remoto inclui ainda, entre outros, estudos
sobre o domínio do fogo pelo homem, domínio que possibilitou a expansão e o desenvolvimento da cultura em geral (SAUER, 1964).
Anteriormente,
Sauer discutira a ocupação humana do continente americano (SAUER, 1944).
E as relações entre o homem e o meio ambiente
durante a última glaciação (SAUER, 1948)”.
*As mudanças verificadas na
organização do espaço e da paisagem são discutidas por Sauer, evidenciando seu
interesse em acompanhar a dinâmica regional.
OBS: [1] SAUER, Carl O. Land and Life: A Selection from the Writings of
Carl Ortwin Sauer.(John Leighly, ed). Univ. Calif. Press (1963). [2] KROEBER, A. L. A
natureza da Cultura. EdiÁıes 70, Chicago (1952). SAUER, Carl O.
ìThe Fourth Dimension of Geographyî in Selected Essays, 1963-1975. Turtle
Island Foundation Berkeley (1974). SPOSITO,
Eliseu SavÈrio. Geografia e filosofia: contribuiÁ„o para o ensino do pensamento
geogr·fico. Ed. UNESP, S„o Paulo (2004).