sábado, 25 de junho de 2016

GEOGRAFIA CULTURAL DE CARL SAUER



Geografia Cultural de Carl Sauer

Carl Sauer líder da “Escola e Berkeley” e sua notória Geografia  Cultural. A Geografia Cultural de Sauer, mantém uma visão crítica e de fortalecimento do culturalismo e antropocentrismo em um meio altamente quantitativo para as futuras gerações de geógrafos. 
*1915/1923: Sauer fez inúmeras pesquisas in loco, observando as paisagens e as influencias do homem na mesma, Sauer “contestou o determinismo ambiental, aplicando o conceito do determinismo cultural” como determinante a paisagem. 
* Com apoio em uma matriz não positivista, suas bases epistemológicas inclui temas além dos tradicionais como paisagens, áreas, ecologia e história da cultura no espaço, foram enfatizados novos  contextos como a espacialidade da cultura popular, religião e conflitos. Assim criamos uma nova  forma de fazer a leitura  do espaço através: de obras literárias, pinturas, música, símbolos, danças, arquitetura entre outros, criando uma nova percepção do ambiente e espaço reconhecendo os diferentes grupos. Sauer enunciou o sentido que a geografia teria enquanto disciplina: a de fornecer-nos uma visão integral (ao mesmo tempo individual e genérica, física e humana) que nos obriga sempre a inter-relacionar os fatos, os “fatos do lugar”, que, associados, originam o conceito de paisagem. Estes temas iriam se desdobrando, abrindo diversas áreas de pesquisa para a Geografia Cultural. Observa - se que The Morphology of Landscape marca uma ruptura com o determinismo ambiental; enquanto que Recent Developments in Cultural Geography (1927), marca um afastamento crescente da geografia corológica em direção à geografia cultural e histórica e Foreword to Historical Geography (1941) se constitui na versão acabada de seu pensamento, no qual pode se identificar a valorização dos elementos temporais e históricos como intervenientes da relação entre o homem e a paisagem. Respeitando a diversidade e variantes dos temas e dos  interesses nelas inseridos como “modus vivendi”, criando o censo de  amplitude para novos temas como o da percepção ambiental. Enfatizar e planejar a interdisciplinaridade, permitindo aos geógrafos amplas incursões em outros campos do conhecimento sem o dilema de perder o domínio de seu objeto de estudo, sempre procurando valorizar o trabalho de campo e a recusa dos “a priori”; e, devido diretamente a Sauer, reafirmar a crença de que a geografia estava além da ciência e de que os males atuais seriam sanados pelas próximas gerações, bastando para isso que fosse mantida a liberdade acadêmica.  

A Morfologia da Paisagem é submetido, subjugado e contraditório aos diversos olhares, sejam eles, geógrafos ou amadores. Todos contribuíram para a compreensão da ação humana no meio/espaço, transformando-o”.

*A paisagem é o conjunto de formas naturais e culturais associadas em área. Materialidade e extensão são atributos essenciais da paisagem Saueriana, não se admitindo o uso do termo como metáfora, como paisagem política ou econômica. As formas que constituem a paisagem estão integradas entre si, apresentando funções que criam uma estrutura. A paisagem constitui, assim, em uma unidade orgânica ou quase orgânica. Trata-se de morfologia na qual forma, função e estrutura são elementos centrais (SAUER).


“Nesta temática, a difusão espacial de artefatos, ideias, pessoas, plantas e animais é um dos focos principais da história da cultura. A coletânea “Seeds, Spades, Herds and Hearths” (SAUER, 1969).
Sobre a domesticação e difusão de animais e plantas alimentícias é um exemplo eloquente. O interesse pelo passado remoto inclui ainda, entre outros, estudos sobre o domínio do fogo pelo homem, domínio que possibilitou a expansão e o desenvolvimento da cultura em geral (SAUER, 1964).
Anteriormente, Sauer discutira a ocupação humana do continente americano (SAUER, 1944).
E as relações entre o homem e o meio ambiente durante a última glaciação (SAUER, 1948)”.

*As mudanças verificadas na organização do espaço e da paisagem são discutidas por Sauer, evidenciando seu interesse em acompanhar a dinâmica regional.


OBS: [1] SAUER, Carl O. Land and Life: A Selection from the Writings of Carl Ortwin Sauer.(John Leighly, ed). Univ. Calif. Press (1963). [2] KROEBER, A. L. A natureza da Cultura. EdiÁıes 70, Chicago (1952). SAUER, Carl O. ìThe Fourth Dimension of Geographyî in Selected Essays, 1963-1975. Turtle Island Foundation Berkeley (1974). SPOSITO, Eliseu SavÈrio. Geografia e filosofia: contribuiÁ„o para o ensino do pensamento geogr·fico. Ed. UNESP, S„o Paulo (2004).