quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Capitalismo – Três modelos





Quem acha que existe um único tipo de Capitalismo está muito defasado. Da mesma forma que existem vários socialismos, existem vários capitalismos e corremos o perigo de destruir um em particular. Temos o Capitalismo da Exploração, o Capitalismo da Cooperação e o Capitalismo da Especulação


Capitalismo da Exploração: é aquele tão bem descrito por Karl Marx, da empresa controlada por uma única família e gerenciada por ela com o objetivo da maximizar lucro, reinvestir este lucro acumulado, porque lucro era a única forma de gerar capital na época.Na época de Karl Marx não existiam bolsas de valores e empresas de capital democrático, que conseguiam capital e poupança via lançamento de ações. Maximizar e reinvestir este lucro era a única opção.No Capitalismo de Karl Marx as empresas eram muito pequenas, 200, nacionais, e por isto empresários eram favoráveis a regimes fascistas, nacionalistas que garantiam um mercado fechado. O crescimento das empresas era lento, dependia do lucro reinvestido, e por isto não conseguiam absorver na rapidez necessária o desemprego gerado pelas novas tecnologias descritas por Karl Marx. O erro de Karl Marx foi confundir capital com tecnologia, e não perceber o impacto da revolução administrativa e financeira que surgia diante dos seus próprios olhos, que viria a ser o Capitalismo da Cooperação.
 Capitalismo da Cooperação: foi o capitalismo que substituiu as famílias capitalistas como gestoras, limitadas a oito parentes em média, por enormes sistemas de recursos humanos e de técnicas administrativas que geraram cooperação mútua de pessoas estranhas entre si juntando não 200, mas 20.000 a 200.000 empregados como hoje. O crescimento do tamanho das empresas é um dos principais fatores da riqueza das nações, como mostram as tabelas abaixo, e não a educação e políticas públicas, como muitas vezes é alegado. A força reserva de trabalho prevista por Karl Marx e um salário ínfimo eterno não se concretizaram, uma vez que empresas do Capitalismo da Cooperação contrataram num ritmo muito superior do que o desemprego causado pelas descobertas tecnológicas a que Marx se opunha. Isto nos países que valorizaram os protagonistas do Capitalismo da Cooperação, que foram os EUA, Japão e Coreia. Não o Brasil, infelizmente. Tivemos o melhor dos dois mundos. Crescimento brutal da produtividade do trabalhador devido a tecnologia e o capital, com o emprego em massa proporcionado pelo Capitalismo da Cooperação. As famílias nacional-fascistas, foram substituídas por administradores profissionais, alguns treinados em administração socialmente responsável e que se tornaram globais, levando tecnologia e capital para países mais pobres do terceiro mundo, levando know how e as técnicas do Capitalismo da Cooperação.
 Capitalismo da Especulação: infelizmente, a partir de 1980 os governos começaram a se endividar assustadoramente, ao ponto que hoje EUA, Itália, Espanha e até a Cidade de São Paulo, possuem dívidas assustadoras. Em 1987, o Brasil quebrou devido seu elevado endividamento estatal externo. Em 1994, idem. Este Capitalismo gerou um fenômeno conhecido em economia como “crowding out”, sufocando o Capitalismo da Cooperação, o capital é limitado, e todos os sistemas concorrem entre si. O triste é que este Capitalismo na mão do Estado tinha como objetivo sufocar o Capitalismo da Exploração de Karl Marx, sem perceber que estavam sufocando a verdadeira solução. Pior, estas dívidas estatais permitiram um novo tipo de Capitalismo, o Capitalismo da Especulação gerando enormes possibilidades de ganhos àqueles que entendessem de juros, câmbio, déficits públicos, e tivessem amigos no governo. Derivativos dos mais variados tipos foram criados como Futuro de Juros, Câmbio, Arbitragem Long -Spot, Swap Reversos de Câmbio e permitiram a especuladores ganhar muito dinheiro, como George Soros, Black Scholes, Econometristas Quantitativos e Hedge Funds. Estes por sua vez se tornaram grandes incentivadores das políticas Monetárias e Keynesianas governamentais com mais endividamento do Estado, intervenções do estado na economia, que permitiam inside information e muito mais volatilidade. É este Capitalismo que aqueles que querem Ocupar Wall Street precisam eliminar, e com razão. Mas nada tem a ver com os bancos e seus executivos.
Se rotularmos todos os três capitalismos no mesmo saco, se incluirmos o Capitalismo da Cooperação, aquele que Harvard e Stanford e todos os administradores profissionais, os engenheiros de produção, as psicólogas dos departamentos de RH, os profissionais de comércio internacional, os advogados de contratos e tantos outros criaram, poderemos voltar à curva da prosperidade rapidamente no sentido contrário das tabelas acima. Foi o Capitalismo da Cooperação que destruiu o Capitalismo da Exploração, eliminando o capitalista como gestor, pulverizando o poder dos capitalistas nas empresas de capital democrático, criando uma preocupação com os stakeholders e não somente com os stockholders. Foi o Capitalismo da Cooperação que destruiu a figura do Dono e Patrão e colocou o Capital na mão de trabalhadores e seus fundos de pensão. 
 ***Infelizmente no Brasil, as universidades brasileiras e seus intelectuais nunca apoiaram os defensores do Capitalismo da Cooperação, razão pela qual ainda temos o Capitalismo da Exploração das empresas familiares, com poucas empresas de capital democrático inscritas no Novo Mercado (56), e uma classe de administradores profissionais sem apoio da intelectualidade do Brasil. Por isto, o Brasil está mais próximo do Capitalismo da Especulação, com tantos Hedge Funds, juros altos, Swaps Cambial Reversos e dominado por aqueles que entendem de câmbio, juros e déficits em vez de produtividade e eficiência empresarial e governamental.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

MAIA - CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

A cultura maia caracterizou-se por um caráter prático extraordinário. Sua monumental arquitetura, seus diversos tipos de calendários, as magníficas observações astronômicas, seu sistema numérico e suas eficientes técnicas agrícolas, comprovam esta teoria. Tão prática foi a ciência e a tecnologia desta cultura, que, apesar de conhecerem, jamais utilizaram a roda, além de uso para brinquedos. Por não possuir animais de carga, nunca necessitaram construir veículos, e portanto, não necessitavam de estradas. Por outro lado, sua literatura, destruída pelos conquistadores espanhóis, foi rica e complexa. Foram brilhantes em técnicas de escultura, cerâmica e pintura.
Matemática e Astronomia
Os maias empregavam um sistema numérico vigésima, bastante sofisticado, capaz de executar cálculos com centenas de milhões de registros e datas tão extensas, que seriam necessárias várias linhas de uma folha de caderno moderno para serem escritos. Um dos pontos mais altos da ciência maia foi a descoberta e a implementação do conceito do número zero, que representavam com um caracol. A exatidão com que fizeram suas observações astronômicas é, comparativamente, muito mais precisa que as verificadas em qualquer outra civilização anterior ao advento do telescópio.

Agricultura e Hidráulica
Os maias chegaram a produzir cerca de 100 quilos de milho por hectar, de forma intensa e constante, através da utilização dos platôs e do sistema de pagamento pela terra. Além disto, foram verdadeiros engenheiros hidráulicos, o que lhes permitiu obter uma excelente irrigação das áreas cultivadas. Algumas das mais recentes descobertas arqueológicas demonstram que os maias das zonas de Palenque, na selva de Chiapas, desenvolveram canais de água pressurizada, antes da chegada do Império espanhol. Utilizaram a combinação da força da gravidade e o estreitamento dos aquedutos para conseguir uma mudança na pressão da água. Apesar de não haver certeza absoluta sobre o uso deste sistema, especula-se que serviu para regar áreas altas e decorar praças com fontes de água.

ORIGEM MAIA

Os antropólogos até hoje não conseguiram chegar a um consenso sobre a origem da civilização maia, cultura desenvolvida ao longo de uma extensa região chamada Mesoamérica, que englobava vastos territórios no sudeste do atual México, e grande parte da América Central. Estima-se que, a existência das etnias maias, ocorreu entre os anos 2.000 A.C e 1546 D.C., apesar de ser impossível afirmar com precisão. Entre as diferentes teorias, existe um consenso na análise do desenvolvimento pré-hispânico, em três etapas principais.
Período pré-clássico e clássico
A etapa pré-clássica demonstrava a agricultura como principal meio de subsistência e desenvolvimento cultural, datando sua vigência entre os anos 1.000 A.C a 320 D. C, intervalo durante o qual os primeiros maias desenvolveram seu idioma e arquitetura. Especula-se que, os habitantes originários, migraram da zona do Golfo do México, formando tribos, como a omeca, possivelmente relacionada com outros assentamentos migratórios oriundos da região de El Petén, na atual Guatemala. Com uma grande expansão, a população começou a organizar-se, ao redor de uma classe de nobres e sacerdotes, que encabeçavam a pirâmide social. Entre 320 D.C e 987 D.C. desenvolveu-se a era clássica, ou teocrática, com grandes progressos em termos de agricultura (técnica e comercial), que produziu as condições necessárias para erguer grandes edifícios em cidades destinadas ao culto religioso e ao comércio. A partir do ano 900 D.C, os centros teocráticos maias entraram em colapso e foram, paulatinamente, abandonados.
       


Período Pós-clássico
Com a queda de Teotihuacan e o posterior colapso dos centros mais, originou-se a etapa pós-clássica, situada entre os anos 1.000 e 1687 D.C, que termina com a conquista espanhola e suas consequências. Grandes movimentos migratórios de etnias mais, em maioria dos náhuatl, agruparam-se numa corrente chamada putún. Estes, fundaram grandes povoados, dominaram as rotas marítimas comerciais da Península de Yucatán, conquistaram cidades, como Chichén e formaram alianças, como a Confederación de Mayapán. Mais tarde, após a queda dos principais centros culturais, Yucatán foi dividida em 16 estados independentes.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

VAALBARA - SUPERCONTINENTE




A Terra teve um supercontinente há cerca de 3600-3200 bilhões de anos atrás (devido ao crescimento da crosta oceânica) para formar o Vaalbara supercontinente ...  
Vaalbara é o nome do primeiro (e até agora hipotética) supercontinente que existiu na Terra, tendo se formado durante o Arqueano da união de um número indeterminado de crátons, incluindo Kaapvaal Cráton (África do Sul) e Cráton Pilbara (Austrália Ocidental), que dão nome a este supercontinente (o nome "Vaalbara" é união das últimas quatro letras de ambos os nomes, Kaapvaal e Pilbara). Apesar de seu tamanho se desconhecido, estima-se que Vaalbara não deve ser muito maior do que a Austrália (lembre-se que durante o Arqueano, as massas não eram como os atuais continentes, mas foi “Protocontinentes”, terra surgiu muito menor e possivelmente formado principalmente por arcos insulares vulcânicas).

NOTA: Muitos autores não acreditam na existência desse supercontinente e acredita que “Ur” foi o primeiro supercontinente real (que poderia ter incluído o Kaapvaal e crátons Pilbara). Outros consideram “Ur” e Vaalbara são de fato o mesmo supercontinente.


Possíveis indícios da existência de Vaalbara é as similaridades das sequências estruturais dos cintos supracrustais e gnaisse dos crátons Pilbara e Kaapvaal. Além disso, de acordo com os dados radiométricos obtidos a partir do estudo destes dois crátons, estima-se que Vaalbara foi formado, + ou - , cerca de 3300 bilhões de anos atrás e, possivelmente, também faz com que cerca de 3600 bilhões, de modo que a sua origem teve que ocorrer em torno de 3800 e 3600 bilhões de anos atrás.

O desvio subsequente seguido por Kaapvaal e Pilbara crátons após 2800 bilhões de anos atrás é uma prova de que estas duas crátons foram anteriormente ligados. Embora não se sabe quando começou a fragmentar Vaalbara, os dados geocronológicos e palaeomagnéticos mostram que Kaapvaal e Pilbara teria uma separação de rotação de 30 graus de latitude, o que significa que eles não eram contíguas há 2.800 bilhões de anos atrás, período que considera oficialmente fragmentado este primeiro supercontinente.

terça-feira, 28 de março de 2017

E.U.A. - COSTRUINDO UMA POTÊNCIA IANQUE


° A principal potência do mundo não surgiu do simples acaso... não foi algo que ocorreu repentinamente, foram necessários vários fatores para que este se consolidasse como uma das nações mais importantes do planeta. Foram pouco mais de 300 anos para que eles passassem da condição de colônia para superpotência.
Essa transformação teve alguns motivos e caminhos, aos quais 10 deles ganharam bastante e trilharam os caminhos da construção da potência:
I.  Resolveu problemas de conflitos internos - questões sociais, étnicas, econômicas, políticas e militares.
II. Unificou a sociedade - colônias
III. Expandio seu território - * comprando e conquistando territórios
IV. Engajamento político e privado para tonar o país num ambiente favorável ao capitalismo
V. Liberdade para iniciativa privada
VI. Superação do isolacionismo histórico americano
VII. Envolvimento em conflitos internacionais - indissociáveis no imperialismo americano
VIII. Expansão da econõmia e busca de novos mercados e fontes de matérias-primas
IX. Aperfeiçoamento tecnológico, industrial(vide a indústria do automóvel e bélica) e financeiro, foram preponderante para o crescimento ianque, tudo entrelaçado com o cunho militar tecnológico
X.  Financiamento ou empréstimos para os países europeus no pós 2° Guerra Mundial, na reconstrução das nações - **Os europeus ficaram reféns do capital americano, assim abriram seus mercados e apoiaram todas as decisões e ideais americanas.

 Assim consolidou seu prestigio no final do século XIX e inicio do século XX, propiciados por acontecimentos históricos:
*1° Guerra Mundial ( 1914 - 1918) e 2° Guerra Mundial (1939 - 1945), desta forma os E.U.A. forneceram seus empréstimos e mercadorias, resultando num gigantesco crescimento no PIB e se consolidando como potência.
* Empresas americanas são impulsionadas com o repasse de tecnologias militares e com a abertura do mercado europeu na reconstrução do continente.1946
* Os americanos entram na Segunda Guerra. O apoio é vital para o triunfo aliado e a conversão da indústria americana para a guerra resulta em importantes avanços tecnológicos e econômicos. 1941
* Os Estados Unidos abandonam a neutralidade na Primeira Guerra e entram no conflito. Nos campos de batalha da Europa, divisões americanas desempenham papel importante para a vitória, consolidando o prestígio militar do país. 1917
* Uma gigantesca onda de imigração leva aos Estados Unidos mais de 35 milhões de europeus. A força de trabalho farta e barata contribui para a aceleração do vigor econômico. A industrialização espalha-se rapidamente pelo país. 1900/1910
* A história do domínio americano começa na independência do país.
* A criação de uma ampla malha ferroviária e a remoção de índios para reservas levam ao drástico aumento da área de terras cultivadas. Amparada pela mecanização, a produtividade das colheitas explode. 1870/1900
* Neste período pós 2° Guerra Mundial (1945/1946), o mundo conheceu a bipolaridade onde se despontaram duas potências mundiais com ideias divergentes: E.U.A capitalismo e U.R.S.S. socialismo - período que ficou conhecido como Guerra Fria - que durou até 1991 quando o sistema socialista soviético teve sua queda.

OBS:  Assim o E.U.A. teve seu ponto máximo ascendido no final da 2° Guerra Mundial - 1945 e mantém até os dias atuais. 


 
 



sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

JOHN MAYNARD KEYNES - CAPITALISMO




O mais importante economista da primeira metade do século XX foi, sem dúvida, John Maynard Keynes (1883-1946), o filho de um professor de economia, John Neville Keynes, que nascera destinado a influenciar tanto na economia de seu país, a Grã-Bretanha, como nos Estados Unidos. Com exceção de Karl Marx, nenhum outro homem em toda literatura econômica causou tanto furor quanto ele, tanto na teoria como na prática econômica. O impacto de seu trabalho sobre o pensamento político e a formulação da política em quase todas as nações capitalistas. Homossexual ativo, participou de diversos grupos de defesa dos interesses da comunidade gay. Por causa de seu comportamento sua mulher se suicidou.
O último de seus escritos sobre a teoria econômica e também o mais importante surgiu em 1936, titulado "The General Theory of Employment, Interest and Money" (Teoria Geral do Emprego, do Juro e do Dinheiro). Keynes provocou adorações de uns e severa crítica de outros. Foi elogiado pela maioria das coisas boas e considerado culpado por muitas das coisas más que se tornaram parte da política nacional durante as duas últimas décadas. A dinâmica de suas teorias provocou a formação de um forte grupo pró-Keynes, enquanto os pontos vulneráveis das mesmas, juntamente com o que expressam ou implicam no tocante à ação governamental, produziram um forte grupo anti-Keynes.
Anterior ao pensamento revolucionário keynesiano, a "Microeconomia" pressupunha que as forças de oferta e de procura provocariam automaticamente ajustes para o equilíbrio em todos os preços e valores, plena utilização dos fatores de produção, e um preço de equilíbrio para o uso de cada um. Os desvios desses níveis eram considerados temporários. De modo geral, a análise anterior do preço e do valor assentava-se em hipóteses baseadas no laissez faire e a aplicação de tal teoria implicava uma política de laissez faire e a perfeita mobilidade dos fatores no seio de uma economia autorreguladora. Poderia-se exemplificar como casos específicos da Microeconomia a procura pelo trigo ou o nível salarial de uma determinada indústria.
Por outra visão, a "Macroeconomia" cuidava dos totais ou agregados. Tratava da renda nacional total segundo é afetada pelos gastos e poupanças totais. A Microeconomia está incorporada a esta. Observa o comportamento da economia total e reconhece que o dano de uma das partes é prejudicial ao todo. A idéia de fluxo é da mais alta importância pelo fato de que a renda total nacional da sociedade deve ser mantida em certos níveis para garantir os níveis desejados de investimentos, economias e emprego. É uma espécie de conceito de equilíbrio geral no total todo elemento da economia depende de todos os demais elementos. Contrariando a Microeconomia , não aceita o laissez faire, considerando-o, na verdade, uma filosofia inteiramente indigna de confiança e que pode ser julgada grandemente responsável pelas violentas perturbações no nível das atividades comerciais e pelo desemprego subsequente.
Contudo, a Macroeconomia é anterior a Keynes. A teoria dos ciclos comerciais, seja ela monetária ou não em sua maneira de apreciar a questão , interessa-se primordialmente pelos problemas das rendas e empregos flutuantes; esses problemas preocuparam os economistas por muitos anos. Os estudos primitivos sobre os ciclos comerciais raramente empregaram evidência empírica, mas pelo menos nos Estados Unidos a macroanálise existiu durante meio século. Keynes fez a ênfase recair inteiramente sobre os níveis das rendas segundo afetavam os níveis de emprego, o que constitui, naturalmente, uma ênfase diferente da encontrada nos estudos anteriores. É provavelmente verídico que toda a economia keynesiana tenha-se destinado a encontrar as causas e curas para o desemprego periódico. Keynes não encontro solução alguma para o problema em quaisquer trabalhos sobre Economia Política então existentes, sendo os seus esforços, portanto, grandemente exploratórios. Desviou-se claramente da maioria das Economias anteriores, até mesmo da de seu professor, Alfred Marshall, a qual era considerada pela maior parte dos eruditos quase sacrossanta. É verdade que muitas de suas ideias combinaram com as dos economistas anteriores, como Lauderdale, Malthus, Rae, Sismondi, Say, Quesnay e outros. Keynes combinou suas próprias teorias e os desenvolvimentos anteriores em uma análise que ocasionou transformações na Economia aceita em grau que raiou pela revolução.

ADAM SMITH - CAPITALISMO




Era filho de um segundo casamento do pai com Margaret Smith. Nasceu em Kircalldy, Edimburg na Escócia no ano de 1723. Frequentou o Instituto de Glasgow onde entrou com 14 anos. Mais tarde obtém uma bolsa que lhe permitiu matricular-se na universidade de Oxford com a intenção de seguir a carreira eclesiástica. Sentindo que não tinha vocação desistiu e voltou à sua terra natal. Por sua iniciativa começou a fazer palestras que lhe deram uma certa notoriedade. Isto abriu-lhe caminho para ser professor em Glasgow onde lecionou Filosofia Moral. Faleceu em 7 de junho de 1790 em Edimburg.
Obra: Adam Smith escreveu os seguintes livros: História da Astronomia, Linguagens, Sentimentos Morais, Jurisprudência e Riqueza das Nações. O mais conhecido e lido é a Riqueza das Nações. Existe uma edição da Fundação Calouste Gulbenkian em 2 volumes, encontrando-se o 1º volume esgotado.
É com base neste último livro que irei fazer uma análise do pensamento econômico e político de Adam Smith. Consultei também o livro “ Adam Smith “ da autoria de Gavin Kennedy ,editora Atual e ainda o Manual de Economia Política de Pedro Soares Martinez.
Evolução da sociedade: Adam Smith estabeleceu quatro etapas na evolução da sociedade: a era dos caçadores, a era dos Pastores, a era da Agricultura e a era do Comércio. Com o aparecimento da agricultura surge a propriedade privada e aqui começam os conflitos. Adam Smith diz o seguinte :  
“ sempre que há muita propriedade, há grandes desigualdades. Por cada homem muito rico tem de haver  quinhentos pobres e a influência de poucos pressupõe a indigência de muitos”. Para estabelecer a ordem tem de haver justiça e um governo que a imponha “ a aquisição de propriedade valiosa e extensa requer necessariamente o estabelecimento de um governo civil “.
O desenvolvimento do comércio e das manufaturas pôs a circular bens, criando riqueza e acentuou o declínio do feudalismo.
Mercado livre e criação de riqueza: Para Adam Smith a riqueza não está na acumulação de metais preciosos( ouro e prata ) como pensavam os mercantilistas. Também não está na agricultura como defendiam os fisiocratas. A riqueza provém da divisão do trabalho e da especialização.  A divisão do trabalho contribui para o aumento da produtividade e  o excesso de produção abre caminho ao mercado:  “permutar, negociar e trocar. “ Nas trocas e nos negócios tem de haver interesse de ambas as partes: dos que vendem e dos que compram. Adam Smith diz o seguinte:
“  não esperamos que o nosso jantar venha da bondade do talhante, do cervejeiro ou do padeiro, mas sim da consideração que eles têm do seu próprio interesse. Apelamos não à humanidade deles mas sim ao amor próprio deles e nunca lhe falamos das nossas próprias necessidades, mas sim das suas vantagens. Dá-me o que quero e terás aquilo que queres “.
Os preços no mercado surgem em função da oferta e da procura e o mesmo pode acontecer com os salários. Um dos elementos fundamentais do mercado é o comércio e este faz-se a partir do capital fixo ( maquinaria e imóveis)  e do capital circulante ( dinheiro ).
A mão invisível e o “laissez faire “: Apesar dos negociantes e mercadores agirem egoisticamente no mercado tratando em primeiro lugar dos seus próprios interesses, a verdade é que o mercado parece autorregular-se pondo a circular os bens que são necessários, subindo os salários quando a produtividade é grande e regulando os preços em função da procura e da oferta. Adam Smith usa a metáfora “ mão invisível “ para explicar este fenômeno.
Relacionada com a teoria da “ mão invisível “ está a ideia de que o Estado não deve intervir na economia.  Para Galvin Kennedy é um erro pensar que Adam Smith  tenha apoiado o “ laissez faire“.
E cita esta passagem do livro A Riqueza das Nações  : 
“mas o exercício da liberdade natural de algum indivíduo que faça perigar a segurança de toda a sociedade é e deve ser impedido pelas leis de todos os governos, tanto dos mais livres como dos mais despóticos “.  
 Há aqui portanto uma referência explícita à intervenção do Estado na Economia que põe em causa o “ laissez faire “
Funções ou deveres do Estado
1-Segurança- “ O primeiro dever do soberano, o dever de proteger a sociedade da violência e da invasão de outras sociedades independentes, só pode ser desempenhada por meio da força militar “
2-Justiça- Para que sejam garantidos os direitos e as liberdades de todos os cidadãos é necessário que haja uma justiça independente de todos os outros poderes. Adam Smith diz o seguinte: “ é necessário que o poder judicial esteja separado do poder executivo. O juiz não deve ser passível de ser afastado do seu cargo de acordo com os caprichos desse poder “.
3-Obras públicas, instituições para facilitar o comércio e a educação.
As estradas, pontes e canais são necessários para facilitar o comércio. A administração local poderia também colaborar nas despesas de manutenção  das ruas das  cidades.
Adam Smith defendia também que o Estado deveria contribuir para as despesas da educação e da saúde das pessoas mais pobres. Para fazer face às despesas públicas haverá impostos que serão tributados proporcionalmente ao rendimento de cada um.
Conclusão :
Adam Smith viveu durante o período Iluminista e foi contemporâneo da Declaração da Independência dos Estados Unidos da América e da Revolução Francesa.
É considerado por alguns como o pai da economia política. Na Riqueza das Nações faz uma análise  das relações econômicas desde os pastores recoletores até ao século XVIII, altura em que o comércio e a indústria começaram a desenvolver-se e a caminhar para a revolução industrial. Procurou  ainda estabelecer as relações causais que permitiram a criação de riqueza.  Utilizou também o método comparativo para dele tirar conclusões ou deduzir leis econômicas.
Não é como muitos pensam um teórico da economia liberal, do “ laissez faire “ ou do Estado mínimo. Além das atribuições que competem ao Estado ( Segurança, Justiça e Educação ) o Governo pode interferir na economia lançando impostos  e regulando o mercado. Adam Smith não era indiferente à pobreza e à miséria quando diz;  
“ Nenhuma sociedade pode florescer e ser feliz se a maior parte dos seus membros forem pobres e miseráveis. É uma questão de justiça que aqueles que alimentam, vestem e albergam todo o corpo da sociedade tenham uma porção do produto do seu trabalho para si mesmos, de forma que eles também sejam relativamente bem alimentados, vestidos e alojados “.
Isto significa que o crescimento econômico deveria ser acompanhado de salários mais altos, redistribuindo melhor a riqueza.
No livro a Riqueza das Nações, Adam Smith tem uma frase assertiva , muito importante que qualquer primeiro-ministro devia ler  e meditar. Essa frase diz o seguinte:
“Não existe arte que o Governo possa aprender mais depressa do que aquela de retirar dinheiro do bolso das pessoas “.