sexta-feira, 17 de junho de 2016

IMMANUEL KANT E A GEOGRAFIA



A Geografia de Kant


Para muitos geógrafos, Immanuel Kant foi o primeiro acadêmico profissional de geografia a ser também um grande filósofo; já para os filósofos, Kant foi o primeiro filósofo a exercer uma carreira acadêmica, como tantos que vieram depois dele. Entretanto, neste texto trataremos das contribuições e visões de Kant na geografia, sem
desconsiderar o que Schaefer (1977) chamou de excepcionalismo na Geografia ao se referir à introdução da disciplina numa universidade. Kant ministrou, de 1756 a 1796, cursos de geografia física na Universidade de Königsberg, na qual, em 1802, publicaram-se notas de suas aulas que se referiam basicamente a uma intersecção entre a geografia e a história (Schaefer, 1977; Campos, 2001; Lencione, 1999).
Kant insere a geografia na estrutura da filosofia e da ciência, dividindo o conhecimento em três abordagens, segundo os objetos de estudo: reunir os fatos em grupos; estudá-los no tempo; e examiná-los no tempo (Broek apud Cidade, 2001). Na visão de Kant, a geografia seria um conhecimento empírico, porém sistematizaria e classificaria os fatos (Ferreira & Simões apud Cidade, 2001).
Ainda de acordo com Cidade (2001), Kant uniu em síntese filosófica o que se tornaria o centro da filosofia moderna, elementos do racionalismo e do empirismo, fundando o criticismo.
Segundo Lencione (1999), é em Kant que se encontra a raiz da ideia de que o fundamento da geografia é o espaço. O conhecimento pode ser classificado de acordo com similaridades, ou ainda de acordo com as suas divergências e distinções. A primeira classificação seria a lógica e a segunda, a física, daí a geografia ser atribuída
por Kant como geografia física, divergindo do que conhecemos hoje por geografia física, ou seja, a que faz referência aos processos naturais.

OBS:( HISTÓRIA DO PENSAMENTO GEOGRÁFICO E EPISTEMOLOGIA EM GEOGRAFIA  - PG. 58/59 - Juliana Emy Carvalho Tanaka. Racionalismo, para Magee (1999), assume a posição de que as preposições autoevidentes deduzidas pela razão são a única base de todo conhecimento. Descartes é considerado o primeiro racionalista e seu método influenciou filósofos, sobretudo Espinosa, Leibniz e Kant. De acordo com Magee (1999), o empirismo sustenta que todo conhecimento deve ser derivado, ao fim e ao cabo, dos sentidos; todo conhecimento que realmente exista deve ser derivado da experiência.).