sábado, 18 de junho de 2016

IMPERIALISMO CULTURAL



Imperialismo cultural 

“É o conjunto e processos pelos quais uma sociedade é submetida pelo seus colonizadores e sistema moderno mundial. A real maneira como a sua camada dirigente é levada, pelo fascínio, a pressão, a força ou a corrupção, a modelar as instituições sociais para que correspondam aos valores e às estruturas do centro dominante do sistema ou a tornar-se no seu promotor” (Herbert Schiller, 1976).
*A Teoria do Imperialismo Cultural desenvolve-se na América Latina, a partir da década de 60, como aplicação específica da ideia de dominação pelos media

*Entre os seus principais teóricos, destacam-se Armand Mattelart e Schiller, entre outros, que elaboram análises de crítica ideológica.

*O Imperialismo Cultural constitui a ofensiva ideológica do imperialismo (imposição cultural e social dos povos dominantes aos dominados/pobre), que substitui, gradualmente, a divisão do trabalho como meio de penetração imperialista. Esse Imperialismo Cultural tem por objetivo a “conquista total – psíquica, linguística,  física, religiosa, alimentar, vestias...entre outros”, e caracteriza-se por mudar a forma e conteúdo, de acordo com as fases de expansão política e econômica, e por se adaptar a diferentes realidades e contextos nacionais. 

*O pano de fundo do desenvolvimento desta teoria é a percepção de uma “luta internacional de classes”, a existência de uma guerra psico-política, a noção de hegemonia e até mesmo um pouco da percepção daquilo que Adriano Duarte Rodrigues chamou de “ideologia comunicacional do nosso tempo”.

*Mas o grande fenômeno histórico, que orienta a elaboração desta teoria, é a expansão das Transnacionais (daí a designação de “era das multinacionais”) e a concentração, nestas, de empreendimentos culturais, militares, econômicos e políticos - isso é, as tarefas que antes eram executadas por diferentes órgãos do governo neoliberais/potencias econômica/colonizadores, passaram a ser executadas unicamente pelas empresas transnacionais. Estas, em “aliança” com o Estados(dominantes), constituindo um “agente duplo camuflado” -, passaram a ser, ao mesmo tempo, agentes de penetração econômica, de propaganda ideológica e da Ordem Mundial.

*É, a partir deste momento, que se nota uma racionalização dessa “conquista psíquica, linguística física, religiosa, alimentar, vestias...entre outros”: os produtores da cultura de massa começam a considerar os interesses específicos e necessidades de cada faixa etária e cada categoria social; adapta-se uma nova estratégia, a da “ação não ostensiva”.

OBS: A preocupação com o fluxo mundial de comunicação foi a tônica das décadas de 60 e 70. A UNESCO financiou diversas pesquisas nesse sentido, definindo a Nova Ordem Mundial da Informação e Comunicação (NOMIC), por exemplo com o Relatório Mac Bride. Simultaneamente, o Centro Internacional de Estudos Superiores de Comunicação para a América Latina (CIESPAL) debruçava-se sobre a dominação na América Latina, configurando estudos com forte rejeição do estilo americano e marcada influência marxista.